segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Stax e Tork

Após uma noite agitada na taberna, o sol e o movimento das ruas 'acorda' o local. Arwynn sai de seu quarto, no segundo andar, bocejando e vestindo somente uma calça de couro clara e segurando seu chapéu em uma das mãos. Meio cambaleante, ele desce as escadas colocando o chapéu e desviando de ocasionais marinheiros bêbados dormindo pelo caminho. No primeiro andar, Dilys arrumava as mesas e cadeiras, ignorando os homens e mulheres caídos no chão.

- Bom dia.
Disse ela, sem olhar para Arwynn que se sentou a frente do balcão e balbuciou algo similar a um "Bom dia" e bocejou alto, tirou o chapéu para coçar um pouco os cabelos espetados e logo ficou com o a cabeça apoiada na mão direita, de olhos fechados. Alguns momentos depois, Gallann, vestindo sua calça de couro e uma camisa de algodão aberta desce as escadas um pouco mais acordado, dizendo um "Bom Dia" para todos; Arwynn respondeu com um aceno da mão livre e Dilys falou enquanto abria as janelas:

- Me dêem uma mão aqui.
E se dirigiu para a cozinha, no cômodo logo atrás do balcão. Arwynn colocou a testa sobre o balcão balbuciando algo como "já vou..." e Gallann passou por ele lhe dando um tapa na cabeça, seguindo para a cozinha. Contrariado, Arwynn os seguiu com passos arrastados e bocejando vez ou outra.
A cozinha era completamente diferente do resto da taberna, sendo extremamente limpa e arrumada. O balcão de pedra e as facas ali mostravam uma limpeza impecável, assim como o grande forno. mais ao canto, numa grande pia, Dilys enchia três baldes com água enquanto Gallann conversava com um homem robusto, careca, com uma barba ruiva comprida e trançada e um olhar firme. Vestia roupas de couro e um avental azul claro. Ele se chama Trygvar, ou Try para os amigos, e é o cozinheiro da taberna.
Após pouco tempo enchendo os baldes de água (e de conversas com Tyr sobre assuntos diversos como comidas, facas, machados e música), Dilys entrega um balde para cada um dos bardos e pegou um para si falando um "Vamos, vocês sabem o que fazer". Arwynn e Gallann pegam seus baldes (Gallann com mais facilidade que Arwynn) e a seguem para o saguão onde despejam a água por cima do chão e seus 'moradores' fazendo com que uma sucessão de xingamentos nas mais diversas línguas e dialetos fosse escutado pela taberna. Dilys ignorava isso e falava em um tom sério para todos:

- Vamos vamos, chega de choro e dêem o fora! Seus barcos devem partir logo.

E assim os diversos marujos, piratas e mercadores saíram pingando e resmungando da taberna, sob o olhar de Dilys e o som das vassouras de Gallann e Arwynn, varrendo o chão para mais um dia de trabalho. Enquanto varrem, conversam:

- E ai Gallann, quando vamos pra Emphy (Cidade-Império de Emphy, a capital humana do Império de Emphyros, ao norte) pra você treinar?

- Não faço idéia. A viagem até lá a pé iria demorar e seria cara...

- É verdade. Nós precisamos de...

- Vocês precisam é trabalhar! Limpem esse chão logo.

Mandou Dilys enquanto limpava o balcão e assobiava uma melodia leve que é interrompida pela entrada de dois pequenos goblins de pele esverdeada, orelhas compridas e pontudas, vestindo armaduras de couro e madeira e, o segundo, carregava uma mochila grande e aparentemente pesada.

- Bom dia!
Exclamou o primeiro, enquanto Arwynn e Gallann observavam confusos. Dilys se adiantou e explicou.

- Esses são Stax e Tork e eu contratei eles para uma pequena reforma.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Barif - O Começo

Nossa história começa em Barif, um porto comercial neutro, que serve de passagem entre o Império de Madim, ao sul, e o Império de Emphyros, ao norte. Também chamado de "Grande Mercado", já que suas ruas são tomadas por diversos vendedores vindos de diversos locais e abastecidos pelos barcos que aportam ali a todo momento, Barif contém todas as raças dentro de seus limites, criando uma diversidade cultural unica. Diversidade essa que, ao final de um dia de trabalho duro de vendas ou nos portos, se reúne nas tabernas para beber, conversar e, ocasionalmente, ouvir música.
Dentro de uma das tabernas mais movimentadas de Barif, dois bardos entretem um bando de recém chegados. Um dos bardos, o mais alto, Gallann, loiro, com olhos e pele claros e roupas de couro batido, toca entusiasmado uma viola de madeira polida e cordas de aço. O segundo, um pouco mais baixo, Arwynn, com cabelos e olhos negros e tom de pele um pouco mais escuro, vestindo roupas similares ao seu parceiro, toca certos acordes da melodia mas se atem a cantar para o público. Suas letras sobre o mar, as riquezas, bebidas e mulheres cativa os marinheiros que, ao final da música, entre aplausos, dão algumas gorjetas para a dupla e várias moedas para a taberneira em troca de diversas canecas de bebida.

- E ai, como nos saímos hoje?
Perguntou Gallann enquanto o outro conta as moedas em seu chapéu.

- Melhor que ontem. 4 Moedas de ouro e... 16 de prata.
Respondeu, logo guardando as moedas em uma pequena bolsa de couro preto.

- Isso merece uma comemoração. Taberneira!

A dona da taberna, uma moça com cabelos negros e curtos, na altura de seus olhos igualmente negros, sempre vestindo uma roupa de pele, sem mangas, e com um avental de couro fora um dia uma grande pirata, segundo ela, e, devido ao seu humor um tanto... explosivo as vezes, ninguém contesta essa história.

- Moleque, quantas vezes vou ter que te falar que é pra você me chamar pelo meu nome, Dilys.
Bravejou ela, dando um tapa na cabeça do rapaz pouco antes de sumir atrás do balcão.

- Hahahaha, sempre te digo pra falar o nome dela, mas não, você tem que fazer isso..

- É o costume!

Mal Gallann disse isso e Dilys aparece com duas canecas de bebida, algo similar a cerveja consumida nas grandes cidades, mas mais barata e mais forte. "Hoje é pela casa" Disse ela se afastando e indo atender outros clientes impacientes.

- E a o que vamos brindar hoje?
Perguntou Arwynn, apoiando-se em sua viola com uma mão e segurando a caneca a frente do corpo com a outra, sorrindo. Antes de responder, duas belas elfas passam cochichando a frente dos bardos que seguem seu trajeto com os olhos até a multidão engolir suas silhuetas. Ambos se entreolham sorrindo e bravejam em um brinde.

- Às mulheres!!